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Miradouro da Choupana, Funchal, Ilha da Madeira
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Miradouro da Choupana, Funchal, Ilha da Madeira
Quinta do Furão, Santana, Ilha da Madeira
"Levaria na mala a minha alegre infância
que a pouco e pouco vai ficando mais distante
a rua onde cresci sem ter grande importância
mas que das ruas todas é a mais importante
a minha avó mais nova que por mim gritava
meu avô fumando cigarro após cigarro
o negro alcatrão com giz tanto riscava
rectângulos dos jogos que hoje não apago
levaria a infância dentro de uma mala
para um país longínquo, ou inóspito deserto
podia ainda sorrir da infância que vivi
pois que esta vida adulta é voz que não se cala
um grito que sufoco e me mantém desperto
a minha doce infância, a rua onde cresci"
- Eugénio
Obrigada Eugénio pelo poema maravilhoso
Boca da Corrida, Jardim da Serra, Ilha da Madeira
"Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti..."
- Mário Quintana
Madalena do Mar, Ilha da Madeira
"A Lua não lhe excede em beleza
não se reveste de poesia, não
atrela o sorriso de sol
antes lhe rouba a claridade
a lua não tem o contorno suave
dos seios dadores de vida
nem lhe iguala ao rosto
irradiando alegria
nem tem os braços firmes
nem a pose elegante,
nem o fogo redondo
terminal das costas,
nem os cabelos pretos
mais escuros que a noite
asa de corvo, nem as iguarias
dos olhos serenos.
que me trave o ímpeto
do peito verter-me em versos
que se fossem de água
me afogaria neles
mas o sonho envolve-me
numa ilha perdida
num mar inquieto e
revolto em espuma
como o sorriso de açucar
que do beijo em fogo
saberia nos lábios doces
a fulvo caramelo
bastaria um estalar de
dedos seu para cessar
o meu voo poético
de albatroz até si"
- Eugénio
Um belo poema que recebi do Eugénio que não resisti em partilhar aqui no meu blog.
Obrigada Eugénio!
Adorei este poema!
Miradouro do Curral dos Romeiros, Ilha da Madeira
"Se de vento veloz eu fosse feito,
Ou de água transparente fosse mar
Pudesse ir a voar pelo ar perfeito
E pudesse na ilha verde aterrar,
Fosse navio com avaria caravela
na rainha da Beleza a Ilha atracar
E conseguisse vê-la, ao menos, vê-la
Meu coração talvez pudesse sossegar
Vagueando pelos montes verdejantes
Miradouros se possível contemplar
E de uma flor das flores luxuriantes
Deixar-lhe um beijo que soubesse a mar,
Não ser de água, de vento, de ar eu não
Só poderei ir à Ilha de avião."
- Eugénio
Muito Obrigada, Eugénio, pelo maravilhoso poema.
Boca da Corrida, Jardim da Serra, Ilha da Madeira
Véu da Noiva, Seixal, Ilha da Madeira
"Que poema, de entre todos os poemas,
Página em branco?
Um gesto que se afaste e se desligue tanto
Que atinja o golpe do sol nas janelas.
Nesta página só há angústia a destruir
Um desejo de lisura e branco,
Um arco que se curve - até que o pranto
De todas as palavras me liberte."
- Sophia de Mello Breyner Andresen, "Antologia"
Neste desafio participo eu, a Fátima a Concha, a A 3ª Face, a Maria Araújo, a Peixe Frito, a Imsilva, a Maria, a Ana D., a Célia, a Charneca Em Flor, a Miss Lollipop, a Ana Mestre a Ana de Deus, a Cristina Aveiro, a bii yue, o José da Xã, a Olga o João-Afonso Machado e a Marquesa de Marvila.
Todas as quartas feiras e durante 12 semanas publicaremos um texto novo inspirado nas cores dos lápis da caixa que dá nome ao desafio, lançado no blogue da Fátima.
Savoy Palace, Funchal, Ilha da Madeira
"Todos os dias deveríamos ler um bom poema, ouvir uma linda canção, contemplar um belo quadro e dizer algumas palavras bonitas."
- Goethe
Parque de Santa Catarina, Funchal, Ilha da Madeira
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