Odeia o seu trabalho?
Parabéns, não está sozinho.
Então o que faz com que as pessoas fiquem num trabalho que odeiam?
Porque se mantêm a fazer alguma coisa que não as satisfaz?
Porque ficam num trabalho e são infelizes?
Esta é a pergunta que muitos profissionais colocam a si mesmos todos os dias.
Sim, mesmo todos os dias.
Para eles, acordar de manhã para ir para o trabalho é uma verdadeira dor de cabeça, um sofrimento.
Dores de barriga, um nó no estômago e na garganta.
E não é por preguiça, é mesmo porque não gostam do seu trabalho.
A dica habitual nestes casos seria procurar um novo emprego.
Embora saibamos que os empregos não abundam por aí, mas ainda assim existem oportunidades que não devemos fechar os olhos.
Mas há quem se mantenha num emprego, mesmo não gostando do que faz.
E há várias razões para isso.
Todos sabemos que mudar de emprego implica muito mais do que arrumar as suas coisas, dizer adeus aos seus empregadores e colegas e mudar-se para outro emprego.
E a verdade é que, por mais desencorajador que possa parecer, há vários profissionais que decidem ficar nesse trabalho que claramente não gostam.
Por comodismo?
Por medo?
Não querem sair da sua zona de conforto?
De facto, acredite ou não, há motivos muito válidos e lógicos para que isso aconteça.
Conheça agora algumas das razões para para algumas pessoas ficarem num trabalho que não gosta – nem que seja apenas por algum tempo (Júlia de Sousa, E-konomista, 28/10/2015)
ESSE EMPREGO É APENAS UM DEGRAU PARA CHEGAR A ALGO MELHOR
Quem disse que um trabalho que não gosta não lhe pode abrir as portas para algo melhor?! Pode. Em muitos casos, antes de ter acesso a outras e melhores oportunidades dentro da empresa (para conseguir aquela promoção que ambiciona, por exemplo) tem que começar por baixo e desempenhar funções que nem sempre são as que mais gosta. Mas, isso pode ser apenas uma fase passageira e – depois de provar o seu real valor – ser-lhe-ão abertas as portas para outras funções de que realmente goste e que o motivem e (melhor ainda) vai poder começar a subir na hierarquia da empresa.
TEM UM BOM SALÁRIO
O dinheiro não é tudo, mas que ajuda lá isso… Sejamos francos, ter um bom salário é uma razão válida para se manter num emprego, mesmo que não goste dele. Todos têm contas para pagar e, numa economia instável como a atual, ter um bom salário pode ser uma boa razão para manter-se no seu emprego.
O assunto é frequentemente quase tabu, mas verdade seja dita, é um fator importante a considerar na hora de mudar ou de ficar num trabalho. Em última instância, esse bom salário, pode ajudá-lo a estabilizar as suas finanças (ou a criar um bom “pé-de-meia”) para depois ter a segurança e o conforto económico necessário para mudar para algo melhor ou que goste de fazer.
A INSTABILIDADE DO MERCADO DE TRABALHO
Sim, também é uma boa razão. O mercado de trabalho enfrenta uma dura realidade. Os números do desemprego são elevados e há pessoas que demoram meses/anos para encontrar um emprego (isto para não falar da enorme competitividade que terá que enfrentar, e é bom que esteja preparar para ela). Por isso sim, a instabilidade do mercado de trabalho é uma razão válida para se manter num emprego que não gosta. Mas atenção, ninguém diz que não pode ir procurando outras oportunidades mesmo estando empregado.
PODE DESENVOLVER UM VASTO LEQUE DE COMPETÊNCIAS
Pode não gostar do seu trabalho, mas isso não significa que não seja bom para si. Afinal, pode dar-se o caso de ter a possibilidade de desenvolver ou adquirir inúmeras competências que podem vir a ser-lhe preciosas no futuro. A verdade é que todos os empregos têm algo para oferecer e o seu (mesmo que não goste dele) pode estar a muni-lo de importantes ferramentas de trabalho. Por isso, talvez não seja assim tão má ideia manter-se nesse emprego, pelo menos até surgir algo que seja mais do seu interesse e onde possa usar essas competências que adquiriu até então.
OS CONTACTOS
Todos estamos bem cientes da importância de ter um bom conjunto de contactos profissionais nos dias que correm. E pode dar-se o caso da empresa onde trabalha estar bem cotada no mercado e poder dar-lhe acesso a um vasto leque de bons contactos profissionais que podem vir a ser-lhe muito úteis no futuro.
Por fim….
Estas são algumas das razões que fazem com que algumas pessoas fiquem nos seus empregos mesmo que não gostem.
Alguma são até válidas, outras nem tanto.
De qualquer forma, se se encontra numa das razões acima descritas, lembre-se que passa 7 a 8 horas do seu dia a desenvolver a sua actividade profissional, logo deve ser apaixonado pelo que faz.
Mas, se as suas razões são provisórias, e está a aguentar uma situação laboral porque será um passo para dar um outro maior, então que seja muito breve.
Porque manter-se num emprego que não gosta pode ser um enorme desafio.
Analise profundamente o que realmente quer fazer na sua vida, quais os seus objectivos, as suas metas para nunca deixar de ver e alcançar os seus sonhos.
Um abraço
Luísa de Sousa