Parque de Santa Catarina, Funchal, Ilha da Madeira
"Já passava da meia-noite quando o excêntrico anfitrião da animada festa, que se realizava no seu palácio setecentista, desafiou os convidados a mergulharem na piscina exterior.
Era verão, a noite aquecida convidava a um mergulho na água cor de prata. A lua cheia e taças de champanhe vazias eram condimentos suficientes para o ambiente de euforia que se vivia.
Estava reunidas as condições para que o desafio do milionário fizesse sentido, não fosse a água estar pejada de crocodilos!
À volta da piscina, as dezenas de convidados fizeram um ruidoso silêncio, incrédulos. O milionário insistiu e ofereceu, como prémio, um terço da sua fortuna a quem conseguisse chegar ao outro lado da piscina são e salvo.
O silêncio fez-se notar ainda mais.
Foi quando o anfitrião subiu a oferta.
Estava agora "em cima da piscina", metade da sua riqueza, que era incalculável!
Ouve-se um mergulho!
Estupefactos, todos olham na direcção da perigosa água.
Vê-se um dos convidados nadar à velocidade de quem luta pela vida.
Contam-se mais de cinco crocodilos na sua direcção, certos da deliciosa refeição que estão prestes a trincar ...
Por milagre, o audaz convidado consegue chegar à outra margem da piscina.
A euforia foi generalizada, com excepção do milionário, que se via agora obrigado a partilhar a sua fortuna.
Confuso, mas ciente de que tinha perdido a aposta, deu os parabéns a vangloriou a coragem do destemido, que depressa respondeu:
- Corajoso eu?! Quero é saber quem foi o cretino que me empurrou para a água!"
Moral da história - às vezes precisamos que um "cretino" nos empurre para atingirmos um objectivo impensável. 1)
1) História retirada da Revista Activa, nº 3, Fevereiro, 2016, pag.10