Cada vez mais valorizamos as relações sociais. Elas contribuem para o nosso bem-estar e a sua falta é, em muitos casos, uma fonte de angústia, tensão e ansiedade.
Mas as relações sociais exigem muito de nós, onde investimos muito do nosso tempo e energia.
Muitas até vivemos em função dos outros ... o trabalho, a família, os amigos, o companheiro, os filhos ... e acabamos por não conseguir distinguir onde terminam os nossos desejos e anseios e onde começam os dos outros.
Passar um tempo só, para estar só connosco, é uma maneira de redireccionar a nossa atenção e energia para nós mesmos.
Uma oportunidade para sermos “egoístas” sem nos sentirmos culpados por isso.
Uma oportunidade para nos ajudar a nos redescobrir, a perceber o que realmente somos, o que desejamos, o que nos faz feliz ... sem a influência dos que habitualmente estão connosco.
Uma oportunidade para nos sensibilizarmos com o silêncio, para olharmos para dentro de nós, para sermos mais intensos e verdadeiros com aquilo que queremos e desejamos.
Uma oportunidade para nos consciencializarmos dos nossos verdadeiros sentimentos e valores.
Uma oportunidade para "despertarmos", nos conectarmos e dialogarmos com o nosso "eu".
Aproveitemos este momento de isolamento social para nos darmos Um Tempo para Estar Só.
“Todas as coisas grandes e preciosas são solitárias”. – John Steinbeck
" Um homem caminhava ao longo de uma praia, reflectindo sobre a sua vida.
O seu desejo tinha sido sempre o de fazer a diferença, mas por mais que tentasse, acabava por sentir que os seus esforços eram em vão.
De repente, o homem ouviu um "craque" ruidoso e olhou para os pés. No sítio onde estava, e o mais longe que a sua vista alcançava em todas as direcções, via milhares de pequenas estrelas-do-mar trazidas para a praia pelas ondas e pela maré do oceano.
O homem continuou a caminhar, pensando para consigo como o oceano era cruel. Afinal, estas estrelas-do-mar não tinham feito nada de mal! Mas antes de acabar o dia, estariam mortas, arrastadas pela maré e deixadas ao abandono.
Ao fim de um tempo, o homem deparou com uma velha mulher que estava na orla do oceano, a atirar as estrelas-do-mar, que tinham sido arrastadas, de volta para o mar.
O homem olhou para ela e para os milhares de estrelas-do-mar moribundas ao longo da costa e disse:
- Por cada estrela-do-mar que volta a atirar para o mar, há mais três que são arrastadas para a margem! Como é que pode fazer a diferença?
A mulher mostrou-se pensativa por instantes, depois pegou noutra estrela-do-mar e atirou-a de volta para o mar e disse:
- Fiz a diferença para aquela.
A mulher fez o sorriso mais bonito que o homem jamais tinha visto."
In "Mude a Sua Vida em Sete Dias" de Paul McKenna
* Esta história já tinha sido publicada aqui no blog.
Por lapso apaguei-a.
E como gosto muito dela decidi publicar novamente.
Associamos o nosso bem-estar às pessoas que amamos, ao nosso emprego, à nossa comida favorita, à nossa casa, ou alguma coisa que gostamos de fazer!
Desperdiçamos grande parte do nosso tempo e energia a tentar atingir objectivos, projectos, metas, que acreditamos que nos vão fazer felizes e, assim, atingir um bem-estar permanente.
E muito do stress e pressão que sentimos nas nossas vidas é causado pelo esforço para nos sentirmos bem através do ter e fazer.
E, por muito que tentemos procurar este sentimento de bem-estar fora de nós, estaremos "condenados" a não o encontrar.
O bem-estar (felicidade, paz, amor) faz parte da nossa essência e da nossa natureza humana.
E quando percebermos que o bem-estar está na nossa essência, rapidamente chegaremos à conclusão de que tudo o que precisamos para o ter é virar a nossa atenção do exterior para dentro de nós.
"O bem-estar não é fruto do que se faz; é a essência de quem é.
Não há nada que precisaremos de mudar, fazer ou ter para sermos felizes"
Decidi aderir ao desafio proposto pela imsilva, Desafio aos "Cinquentas", do blog Pessoas e coisas da vida, onde nos desafia a "escrever sobre o assunto, sentimentos, aprendizagens, orgulhos, cabelos brancos, rugas, enfim, tudo o que implica ter 5 décadas em cima."
Chegar aos 50 anos com saúde, vitalidade, energia, motivação e muitos sonhos é uma dádiva, um presente que devo agradecer diariamente.
Trago na bagagem experiências, feridas saradas, alegrias, vivências, desejos, paixões, amizades, lutas e vitórias, que marcam a pessoa que eu sou.
Lembro-me quando o meu pai se reformou com 50 anos e disse que a vida (re)começava naquele dia.
Desde então não mais parou e hoje com 90 anos, deu um "pontapé na velhice". É um exemplo de envelhecimento saudável e de qualidade de vida.
Decidi ser como o meu pai...
Decidi que iria cuidar muito bem de mim, física e mentalmente, para chegar aos 50 anos e (re)começar!!!
Com as filhas crescidas, com a vida profissional resolvida, com as emoções estáveis, com maturidade, experiência e com o tempo necessário para tirar da gaveta os sonhos, tinha todos os ingredientes para Ser Feliz!!!
Mas então, o que trago em mim?
Percebi que a vida "não termina" com os 50 anos, antes pelo contrário, é uma idade de recomeços, renascimento, desafios, alegrias, invenções e reinvenções.
Valorizo muito mais... o que sou, o que tenho, quem me ama, quem está comigo.
Desvalorizo.... o que não me acrescenta valor, as críticas negativas, as intrigas... passam-me ao lado!
Já não faço "fretes", não tenho paciência para algumas coisas, não quero perder tempo com o que não me agrada.
A minha vida tornou-se... maisgratificante, mais emocionante, maisprazerosa.
Posso continuar... a aprender, a crescer, a fazer a diferença no mundo.
Tornei-me... mais sábia, mais tolerante, mais generosa, com mais conhecimento, mas sempre com a humildade e vontade de aprender mais e mais.
Tenho a convicção de que... tudo posso, tudo consigo, que posso dar "a volta por cima", que tudo se resolve, que tudo traz uma "bênção disfarçada", que tudo vai passar, que o que aceito é para me fazer crescer.
Tornei-me ávida de conhecimento, de amizades verdadeiras, de ter o meu espaço e o meu tempo só para mim.
Sinto-me livre... para opinar, para fazer tudo, para ser tudo, para desfazer tudo, para reinventar tudo, para mudar e recomeçar tudo.
Rugas?
Cabelos brancos?
Celulite?
Flacidez?
Menopausa?
Tornei-me especialista na "psicologia da solução". Para todos os problemas que vão aparecendo, existe sempre uma solução.
Tornei-me especialista em truques, a cuidar de mim, a dar-me miminhos, a valorizar-me e a aceitar que tudo isto faz parte dos 50 anos, que o mais importante é Ser Feliz!
“Os 40 são a idade madura da juventude.
Os 50 são a juventude da idade madura”. – Victor Hugo
Que tudo pode ser encarado sob várias perspectivas!
Que a nossa perspectiva é tão válida como a dos outros!
Que tudo pode estar certo ou errado mediante uma perspectiva!
O que eu faço está certo!
O que o outro faz, também está certo!
Se me visto de determinada forma, está certo para mim!
Se o outro se veste de outra forma, está certo para si!
Se penso de determinada forma, está certo, se o outro pensa de outra forma, também está certo!
E ao colocarmo-nos na posição dos outros e aceitarmos a sua perspectiva, tornamo-nos mais tolerantes com os outros e também connosco próprios!
"A lei de ouro do comportamento humano é a tolerância mútua, já que nunca pensaremos todos da mesma maneira, já que nunca veremos senão uma parte a verdade e sob ângulos diversos"