Há 45 anos atrás só havia uma escola de ballet na Madeira e as aulas eram dadas pelo professor bailarino Martins, na sua casa, num quarto que servia de salão de dança.
Lembro-me que quando pedi à minha mãe para me inscrever nas aulas de ballet (a minha paixão), ela ter recusado, deu-me um redondo não, porque as aulas eram muito caras, porque não tinha futuro como bailarina, porque o melhor era estudar para médica, engenheira ou professora.
Não fui bailarina, nem médica, nem engenheira, nem professora.
Mas tive as minhas aulas de ballet.
Tinha uma vizinha que fazia camisolas de lã à máquina, e como sobravam muitos pedaços de lã, ensinou-me a fazer palhaços de lã.
Como sabia que eu era apaixonada pelo ballet, decidiu vender os meu palhaços de lã na paróquia, nas festas de freguesia e na loja onde comprava as lãs.
Trabalhei imenso, cortei os dedos com a tesoura até acertar, fartei-me de montar e desmontar os palhaços, não vá a dona da loja devolvê-los, mas era tão determinada e persistente na altura, que sofria, só para ter o dinheiro para pagar as aulas de ballet.
E consegui!
Durante 10 anos tive aulas de ballet, nos primeiros anos à conta dos palhaços de lã, depois consegui trabalho numa agência de navegação e pude pagar as aulas.
Tornei-me instrutora/monitora de dança moderna e ballet durante mais 10 anos.
Nessa altura aprendi uma grande lição.
Quando queremos muito, mas mesmo muito alguma coisa, temos de lutar por ela.
Adoro dançar e faço-o todos os dias, nem que sejam só 15 ou 20 minutos.
Todas as quartas feiras e durante 12 semanas publicaremos um texto novo inspirado nas cores dos lápis da caixa que dá nome ao desafio, lançado no blogue da Fátima.
- Avó Luísa, vou aprender a dançar! - disse a Maria Clara.
E claro, fiquei super feliz!
Nem imaginam o quanto sonhei ter ouvido esta frase de uma das minhas três filhas!
Eu adoro dançar, desde pequena dizia que queria ser bailarina.
Cheguei a "trabalhar" para pagar as minhas aulas de dança. Até já fiz um post sobre isso! (AQUI).
Quando a minha filha mais velha, a Tatiana, tinha 4 anos, inscrevia-a na escola de ballet.
Comprei-lhe as sapatilhas, fato, acessórios .... tudo o que uma futura bailarina sonharia.
Mas ela não tinha muito jeito, era uma "pata de elefante", não tinha muita agilidade e não gostava nada das aulas.
O professor Martins, vendo que dali não ia sair bailarina, disse-me que a miúda não estava nada motivada e que o melhor era procurar outra actividade física para ela.
Quando a Silvana nasceu, desde logo vi que não ia ter bailarina para seguir o meu sonho. Gostava de futebol, andar de skate, música heavy metal e nada de ballet.
E a Beatriz? Bem .... quando lhe perguntei se queria aprender a dançar disse-me que era melhor inscrevê-la no Club Sports Marítimo para aulas de pugilismo ou kickboxing.
E desisti .... nenhuma tinha o gene de bailarina da mãe.
Eis que a minha neta, Maria Clara, desde cedo mostrou interesse pela dança e pela representação.
Estava a fazer umas arrumações cá em casa e encontrei as minhas sapatilhas de ballet.
Que emoção!!!!
Devem ter uns 25 a 30 anos!
Que lindas e que memórias me trazem!
Lembro-me que quando pedi à minha mãe para me inscrever nas aulas de ballet (a minha paixão), ela ter recusado, deu-me um redondo não, porque as aulas eram muito caras, porque não tinha futuro como bailarina, porque o melhor era estudar para médica, engenheira ou professora.
Não fui bailarina, nem médica, nem engenheira, nem professora.
Mas tive as minhas aulas de ballet.
Tinha uma vizinha que fazia camisolas de lã à máquina, e como sobravam muitos pedaços de lã, ensinou-me a fazer palhaços de lã.
Como sabia que eu era apaixonada pelo ballet, decidiu vender os meu palhaços de lã na paróquia, nas festas de freguesia e na loja onde comprava as lãs.
Trabalhei imenso, cortei os dedos com a tesoura até acertar, fartei-me de montar e desmontar os palhaços, não vá a dona da loja devolvê-los, mas era tão determinada e persistente na altura, que sofria, só para ter o dinheiro para pagar as aulas de ballet.
E consegui!
Durante 10 anos tive aulas de ballet, nos primeiros anos à conta dos palhaços de lã, depois consegui trabalho numa agência de navegação e pude pagar as aulas.
Tornei-me instrutora/monitora de dança moderna e ballet durante mais 10 anos.
Nessa altura aprendi uma grande lição.
Quando queremos muito, mas mesmo muito alguma coisa, temos de lutar por ela.
E que conseguimos ter tudo o que sonhamos!
Adoro dançar e faço-o todos os dias, nem que sejam só 20 minutos.