Sapatilhas de Ballet - Desafio caixa de lápis de cor # Cor de Rosa
As minhas sapatilhas de ballet ...
Ainda as tenho!
Cor de rosa!
Devem ter uns 40 a 45 anos!
Que lindas e que memórias me trazem!
Há 45 anos atrás só havia uma escola de ballet na Madeira e as aulas eram dadas pelo professor bailarino Martins, na sua casa, num quarto que servia de salão de dança.
Lembro-me que quando pedi à minha mãe para me inscrever nas aulas de ballet (a minha paixão), ela ter recusado, deu-me um redondo não, porque as aulas eram muito caras, porque não tinha futuro como bailarina, porque o melhor era estudar para médica, engenheira ou professora.
Não fui bailarina, nem médica, nem engenheira, nem professora.
Mas tive as minhas aulas de ballet.
Tinha uma vizinha que fazia camisolas de lã à máquina, e como sobravam muitos pedaços de lã, ensinou-me a fazer palhaços de lã.
Como sabia que eu era apaixonada pelo ballet, decidiu vender os meu palhaços de lã na paróquia, nas festas de freguesia e na loja onde comprava as lãs.
Trabalhei imenso, cortei os dedos com a tesoura até acertar, fartei-me de montar e desmontar os palhaços, não vá a dona da loja devolvê-los, mas era tão determinada e persistente na altura, que sofria, só para ter o dinheiro para pagar as aulas de ballet.
E consegui!
Durante 10 anos tive aulas de ballet, nos primeiros anos à conta dos palhaços de lã, depois consegui trabalho numa agência de navegação e pude pagar as aulas.
Tornei-me instrutora/monitora de dança moderna e ballet durante mais 10 anos.
Nessa altura aprendi uma grande lição.
Quando queremos muito, mas mesmo muito alguma coisa, temos de lutar por ela.
Adoro dançar e faço-o todos os dias, nem que sejam só 15 ou 20 minutos.
Afinal, nasci no Dia Internacional da Dança.
Neste desafio participo eu, a Fátima a Concha, a A 3ª Face, a Maria Araújo, a Peixe Frito, a Imsilva, a Maria, a Ana D., a Célia, a Charneca Em Flor, a Miss Lollipop, a Ana Mestre a Ana de Deus, a Cristina Aveiro, a bii yue, o José da Xã, o João-Afonso Machado e a Marquesa de Marvila.
Todas as quartas feiras e durante 12 semanas publicaremos um texto novo inspirado nas cores dos lápis da caixa que dá nome ao desafio, lançado no blogue da Fátima.