Vereda dos Prazeres, Prazeres, Calheta, Ilha da Madeira
"Falamos tanto das pessoas que ferem, que esquecemos das pessoas que curam.
Existem pessoas que são um verdadeiro sol nos dias nublados das nossas vidas.
Pessoas que nos estendem a mão, que nos encorajam, nos trazem à memória o que temos de bom e organizam nossos sentimentos.
São verdadeiras bússolas divinas que nos norteiam quando estamos desorientados.
Assim como há pessoas tóxicas, há pessoas medicinais que quando chegam perto da gente curam a nossa Alma.
O que torna uma pessoa assim não é a ausência de defeitos, é a delicadeza nos gestos.
É um dom que vai muito além do pensamento positivo.
É o comportamento que se manifesta nas situações mais corriqueiras, quando não tem ninguém olhando.
É uma gentileza desobrigada.
É possível detectar essa fragrância nas pessoas que não usam um tom superior de voz.
Nas pessoas que escutam e quando falam, evitam assuntos constrangedores.
A saída é desenvolver em si mesmo essa arte difícil de ser ensinada – pois não se encontra nos livros- e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara.
Perto delas a gente se abre sem reservas mesmo sem entender porque.
Ao lado delas nossa dúvida encontra alívio e nosso medo encontra abrigo.
Perto delas nosso riso é mais solto e o choro não tem receio de brotar.
Perto delas somos mais autênticos, e a vida ganha mais coerência e lucidez.
Essas pessoas nos transmitem paz sem que nenhuma palavra seja dita.
Silenciam nossa alma com cuidado e plantam sementes de otimismo em nosso coração.
Gente que abraça a gente só com sua presença, amansando nosso desconforto.
Vamos observar mais a nossa volta as pessoas que curam, o mundo está cheio delas!"
"Conforta-me pensar que a vida não começa nem acaba aqui.
Um dia regressaremos ao lugar de onde viemos, um lugar de repouso e de paz, um lugar livre de mágoas.
Mas quantos lugares de dor teremos de atravessar para alcançá-lo?
Quanta tristeza, quanto sofrimento, quanta crueldade no destino do Homem!
E se o mundo é repleto de maravilhas é só para não perdermos de vista a morada original, que nos aguarda ao fim dos nossos doze trabalhos de Hércules, e a que os poetas e os místicos chamam paraíso e eu chamo, simplesmente, amor."
"No viver devagar é que está o ganho caminhar na placidez de um rio que passa escrever um verso deixá-lo na boca em beijo olhar as coisas como o animal feroz em paz.
Dançar alegremente fora do poema no rodopio louco com mãos entrelaçadas desfocar a imagem à volta num momento esquecer a opressiva nitidez do mundo.
Não esquecer os fascinantes astros não dançam no céu mas coruscam pois sonham desistir do plasma inútil para que pudessem amar por um dia ser frágil como os Homens."
Se insistirmos em permanecer numa situação, mais do que o tempo necessário, perdemos as oportunidades e as alegrias das outras etapas que estarão por vir.
Encerrar ciclos, fechar portas, terminar capítulos – não importa a nomenclatura, o importante é não insistir, é não permanecer no que findou.
Terminou-se uma relação, os sentimentos extinguiram-se?
Perdeu-se o emprego?
Mudou-se para outro país?
As amizades tão longamente cultivadas desapareceram sem explicação?
Poderíamos passar muito tempo a questionar o que aconteceu.
Poderíamos tentar encontrar motivos e explicações.
Poderíamos nos convencer que não teremos mais forças, enquanto não entender-mos o porquê de certas coisas, que eram tão importantes e presentes na nossa vida, serem subitamente transformadas em nada.
Mas tal atitude não só será inútil, como levará á preocupação de todos aqueles que nos rodeiam: familiares e amigos.
Porque é preocupante ver que alguém está parado, enquanto o mundo continua.