Quantas vezes temos algo importante para fazer e adiamos ao ponto de não fazermos nada?
Quantas vezes adiamos sistematicamente algumas tarefas, porque achámos que vamos ter tempo mais tarde?
E no fim do dia, queixamo-nos que temos muito para fazer, entramos em stress, porque temos prazos muito apertados para cumprir todas as tarefas, e que trabalharíamos melhor se tivéssemos mais tempo?
Quantas vezes adiamos algo porque somos demasiado perfeccionistas e nunca está bem para iniciar e concluir um projecto?
Ou não o vamos desempenhar tão bem quanto gostaríamos?
Ou o adiamos porque somos irrealistas ao estabelecer objectivos e temos dificuldade para passar à acção?
Quantas vezes "enganamo-nos" a nós próprios substituindo tarefas importantes por outras menos relevantes?
Quantas vezes dizemos a nós próprios ....
"amanhã começo a dieta" ....
"amanhã começo num programa de exercício físico" ....
"amanhã começo a ler o livro que comprei no Natal" ....
"amanhã marco uma consulta com o médico" ....
"amanhã, amanhã, amanhã" ....
"amanhã eu faço" ...
"ou no mês que vem"!
E vamos vivendo nesta espécie de letargia ....
Imersos em actividades inúteis e inconsequentes ....
Aquele que está sempre pronto a te "ajudar e a aconselhar" quando lhe confidencias alguma coisa?
Passo a explicar ....
É aquele que quando lhe dizes que vais de férias a Paris, aconselha-te a desistires, não vá haver um atentado, greves, tempestades, exactamente na semana que tens viagem marcada.
É aquele que quando lhe confidencias, super mega feliz, que vais inscrever-te no kickboxing e diz-te que não deverias, porque está provado que quem pratica esta modalidade vem a ter desvios na coluna mais tarde.
E quando lhe dizes que vais finalmente realizar o teu sonho e abrir um negócio online de venda de kits de refeições saudáveis, diz-te que isso já não funciona, que existe muita gente a fazê-lo, e que não vai haver mercado para ti.
E quando lhe dizes que agora consomes iogurte natural light e ele diz-te que sabe, de fonte segura, que aquele iogurte tem na composição, ingredientes nocivos à saúde, enumerando todos os conservantes, corantes, sulfitos, nitritos e mais aqueles que nunca ouviste falar.
Aquele que lhe informas que estás a pensar aumentar a família e vem logo enumerando as desvantagens de uma gravidez, que não vais ter tempo para o que gostas de fazer, que o bebé pode vir deficiente devido à tua idade, que o preço das creches está super elevado, etc.
Aquele que confidencias que finalmente encontraste alguém que "mexe contigo" e te adverte para o facto de que deve ser alguém com vícios, que os bons pretendentes estão em vias de extinção, que pode ser um menino da mamã, que é melhor deixares-te ficar como estás ....
Aquele que, quando estás a usar uma peça de roupa low cost e super tendência, te diz que deve ter sido fabricada na China, à conta de mão de obra infantil e por trabalhadores sem condições de trabalho ....
E no fim, diz .....
Mas tu é que sabes, a vida é tua, só te estou a alertar, porque sou teu (tua) amigo (a) .....
O bota-abaixo é um pessimista, ansioso, neurótico e está sempre à procura de uma conversa para "aconselhar" e "alertar".
Ou melhor, está sempre pronto a dar a sua opinião "venenosa", tem necessidade de estar constantemente a deitar a baixo os outros e de desvalorizar tudo o que dizem e fazem.
As crianças adoram as barbies e a Maria Clara não fica indiferente a estas bonecas vintage e a todos os acessórios, como mobiliário e roupas.
E à semelhança de outros brinquedos vintage que já partilhei aqui no meu blog, a Maria Clara adora brincar com tudo o que foi da sua mãe e das tias, que eu guardei em caixas, na garagem.
Encontramos uma caixa cheia de roupas das barbies e a Clarinha deliciou-se a vestir e a pentear as bonecas.
Arrumou o quartinho à sua maneira e não se esqueceu do tapete.
Estas barbies já têm mais de 25 anos.
Estes brinquedos estão em muito bom estado, logo não existe a necessidade de comprar outros brinquedos para a Maria Clara.
O quarto dos pais, Barbie e Ken.
Nada foi esquecido!
A Maria Clara muito feliz com os brinquedos vintage.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajecto, quem não muda as marcas no supermercado, não arrisca vestir uma cor nova, não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o "preto no branco" e os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projecto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o simples acto de respirar. Estejamos vivos, então!"
- Pablo Neruda, poeta e diplomata chileno (1904 -1973)
Somos muito apegados a tudo o que amamos, nos dá prazer, nos faz feliz, nos acomoda, nos deixa confortáveis.
Somos muito apegados ao que não nos dá trabalho nem nos desafia .... pessoas, situações, lugares!
E como sabe bem este apego e este "aconchego"!
Mas este apego desprepara-nos e pode tornar-nos dependentes, vítimas, intolerantes à mudança, "cegos" para lidar com os "reveses" da vida e com as perdas, e incapazes de sair de situações menos boas do nosso dia-a-dia!
E desapegar-se de quê?
Das expectativas demasiados elevadas que colocam sobre nós!
Dos objectivos que perspectivam em nós!
Da ideia de que não somos merecedores!
De que não somos suficientes!
De que dependemos dos outros .... da sua opinião e do valor que nos atribuem!
De velhos preconceitos e de tabus que nada acrescentam à nossa vida!
De crenças enfraquecedoras!
De guerras inúteis, de raivas, de angústias ...
Do medo de falhar ...
Do perfeccionismo ...
Do vazio, do estagnado!
Do que nos prende, afoga, sufoca!
Da escravidão!
Do demasiado confortável!
Do que não nos deixa respirar!
"A vida não espera. O tempo não perdoa. E a esperança, é sempre a última a lhe deixar.